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A sementeira
começava nos primeiros dias de Outubro e estendia-se até finais de Dezembro.
Passada a época de chuva e geada, os meses de Maio e Junho assisitiam ao acto
da segada,
fazendo juz à quadra popular:
Em
Março, sargoaço.
Em
Abril, pendil.Em Maio, engradai-o.
Em Junho, seitora ao punho. (1)
(1) Quadra
popular recolhida na aldeia da Adeganha por Paulo Maximino. 2012.
Conjuntos de homens trabalhavam, assim, de “sol-a-sol”, ceifando os campos com o auxílio de uma seitora e a protecção de dedeiras feitas de couro, e reunindo o cereal em molhos que seriam de seguida transportados para as eiras por meio de carros de bois ou ao dorso de animais – a acarreja.
Nas eiras, lajes naturais relativamente aplanadas que existiam um pouco por todo lado nos campos da Adeganha, amontoavam-se os molhos de cereal, formando mêdas, construções de formato cónico que por vezes chegavam a atingir altura superior a 5 metros. Esperavam o início da malhada, processo através do qual se separa o grão da palha, e que poderia se estender para além do mês de Julho, embora como localmente se diga por ser já tarde demais, “quem malha em Agosto, já malha a contragosto.”
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Texto: Paulo
Maximino
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